Não frequentei a pré-escola e não me lembro dos contatos com a escrita antes da entrada na escola, mas sim recordo de uma infância livre, leve e solta.
Lembro-me de ter guardado, de todo o material que já tive, duas recordações bem especiais, um caderno e um livro.
Do contato com a escrita, encontrei o meu primeiro caderno, que estava no fundo de uma gaveta, fiquei feliz em rever os meus rascunhos de escrita, os meus vai e vem, sobe-desce e rabiscos. Lembrei da minha mãe brava comigo devido às atividades sem zelo. Também, da professora da primeira metade da primeira série jogando o apagador em um aluno. Não deu em nada, pois o aluno, alvo do apagador, atrapalhava muito a aula.
Dos livros, que já folheei, conservei a minha cartilha, Caminho Suave, de Branca Alves de Lima, recordei com muita saudade do processo de alfabetização por imagem, do bebê da lição B, da faca do F e de outras imagens. Acredito que este instrumento pedagógico obteve bons resultados na minha turma, pois não recordo de nenhum aluno na segunda série sem estar alfabetizado.
No meu caderno, há correções feitas com a caneta vermelha, não fiquei traumatizada com isso. Gostava tanto da escola que brincava de escolinha, hora com as coleguinhas da rua, hora com as minhas primas e até com as minhas bonecas. Recordo do meu quarto com seis bonecas, uma sentada ao lado da outra, um caderno velho com o nome das minhas bonecas, brincava de ser professora, fazendo a chamada.
Tenho muita saudade desse período da minha vida, fiquei feliz em recordar esta fase.
Luzia, professora de Matemática da EE Prof. Francisco Alves Brizola, Bauru-SP